Uma história atravessada por sonhos, luta e muito amor pela dança. Nesta sexta-feira (15), acontece no Theatro da Paz o espetáculo “Vila Ananin”, realizado pela Escola de Dança Casa Ribalta. A apresentação fará um passeio pela história da companhia, que coexiste com o crescimento da cidade de Ananindeua, e celebra os seus 30 anos de existência. A programação se inicia a partir das 18h, com a exibição do documentário “Casa Ribalta”, do fotógrafo, publicitário e diretor Alexandre Baena. Os ingressos seguem disponíveis na internet e na bilheteria do Theatro.
“O espetáculo ‘Vila Ananin’ surge da necessidade de falar sobre nossos saberes e fazeres cotidianos da cidade de Ananindeua através de uma narrativa poética, com o objetivo de exaltar os seus habitantes-criadores comuns em suas profissões como: artesãos, cozinheiros, bibliotecários, fotógrafos, veterinários, floristas, professores, porém com a permissão do imaginário poético Ananin, cada profissional é como um guardião que recebeu um dom mágico e tem a missão de preservação e multiplicação de suas habilidades para as novas gerações e assim o espetáculo segue uma jornada de encantos, saberes ancestrais e descobertas de lugares dessa Vila, especialmente por uma pequena habitante bastante curiosa que visita vários espaços desse vilarejo numa busca de autoconhecimento”, afirma Mayrla Andrade, diretora da Ribalta.
Criada em 1994, a partir do sonho de Marlene Andrade Ferreira, que desde a juventude desejava ser bailarina, mas infelizmente não pôde por conta de suas condições socioeconômicas, a Ribalta nasceu como um espaço de dança simples, com o objetivo de possibilitar o crescimento artístico-educacional para jovens dos bairros de Ananindeua. Aos poucos, através das aulas e criações de coreografias, o espaço da casa de Marlene começou a se transformar para receber novas pessoas e, de forma gradual, a Escola se ampliou. Hoje, sendo a casa de dança mais antiga da cidade, a Ribalta segue descobrindo talentos e trabalhando com interdisciplinaridade as linguagens do ballet clássico, danças regionais, sapateado, jazz, dança moderna e contemporânea. A companhia é reconhecida nacional e internacionalmente, a exemplo do Festival Internacional de Dança da Amazônia (FIDA), Encontro Internacional de dança do Pará (EIDAP), Festival Nacional de Dança de Fortaleza (FENDAFOR), Dança Pará Festival, Circuito Norte em Dança, Dança Carajás, Belém Dance e Seminário Internacional de Dança de Brasília.
A bailarina Lara Gabryelle Carneiro, de 18 anos, é uma aluna exemplo de como a Escola de Dança Casa Ribalta possui uma relação de afeto e carinho com quem faz parte de sua trajetória. “Eu iniciei no ballet clássico aos 3 anos de idade, num projeto que acontecia na escola Cristo Rei. 1 ano depois tive que parar pra iniciar meus estudos normativos, mas graças a Deus sempre tive muito incentivo artístico na escola, na igreja, dentro de casa e dessa maneira sempre pedi pra voltar pro ballet. Ao completar 9 anos de idade, ganhei esse presente de meus pais: meu reencontro com a dança. Ficamos sabendo que a professora que me dava aula agora estava dando aula na Ribalta e por isso fomos pra lá. Entrei lá no final de 2014 e comecei apenas o jazz, somente no outro ano fui para o ballet novamente e daí em diante tive contato com muitos estilos de dança diferentes. Atualmente sou professora da turma de preparatório 2 na Ribalta, então também coreografei para esse espetáculo. Estou no espetáculo tanto como aluna quanto como professora”, conta Lara.
O documentário e o espetáculo cênico são inspirados na obra literária “Habitante-Criador”, livro organizado por Mayrla e o Prof. Dr. Lindemberg Monteiro e que reúne artigos dos professores pesquisadores da Ribalta, abordando o conceito que circunda as obras criativas da Escola e já inspirou mais de 15 espetáculos. Segundo explicado na sinopse do espetáculo, “Vila Ananin” levará o público a um vilarejo protegido por uma matriarca que recebe vários dons através de um milagre e decide compartilhá-los com seus familiares, amigos e vizinhos.
“As luzes da Ribalta têm o foco voltado para a democratização da cultura em Ananindeua e para continuar dar voz aqueles que são os protagonistas das cenas da vida, os habitantes ananins. Será um encontro poético visual, sensível e de muitas camadas de vida e arte, acho que o público vai se identificar muito e vai se sentir convidado para habitar o seu espaço na sua cidade, ou voltar a um lugar imaginário, onde o sonho mora dentro de cada um de nós. Tenho certeza que este espetáculo toca o invisível e traz um esperançar através da dança de crianças, adolescentes, jovens e adultos”, ressalta Mayrla.
Documentário - Como uma forma de aquecimento para o espetáculo “Vila Ananin”, será exibido o documentário “Casa Ribalta”, do cineasta Alexandre Baena. Por meio de imagens, narrativas, poesia e depoimentos emocionantes, o diretor dá início ao aniversário de 30 anos da Ribalta através de sua alma artística e a contação desta história de mais de três décadas. “Uma casa que iria beneficiar somente uma família acabou virando uma missão de vida para três mulheres da mesma família, que através da dança, deram ocupação e ofício para centenas de crianças e jovens, mudando vidas, revelando grandes profissionais, bailarinos e professores”, enfatiza Baena.
Para Mayrla, os 30 anos da Ribalta possuem um significado especial. “Eu celebro isso como minha própria vida, porque a história da Ribalta se confunde com a minha. Eu vi cada tijolo sendo colocado e cada bailarino chegando para habitar no nosso espaço e realizar sonhos. Hoje, nossos sonhos são reais”, ela conclui.
Serviço - Espetáculo “Vila Ananin” Data: 15/12 (sexta-feira); Horário: 18h - Exibição do documentário “Casa Ribalta” 19h30 - Espetáculo “Vila Ananin”; Local: Theatro da Paz, Avenida da Paz, Praça da República, Bairro: Campina, Belém . Ingressos: https://www.ticketfacil.com.br/eventos/tp-vila-ananin.aspx.
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Nathália Cohén e Marilinda Barros
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