26/04/2022 às 14h02min - Atualizada em 26/04/2022 às 14h02min

Funcionários da BBF protestam em frente à prefeitura de Belém contra invasão indígena e pedem prisão do indígena Paretê Tembé

Direto da região, o advogado do acusado esclarece quais providências estão sendo tomadas.

Mayron Gouvêa

Imagem de rede social.

Com faixas pedindo prisão do indígena Paretê Tembé e gritos em prol da empresa Brasil BioFuels, um grupo de funcionários da BBF - que faz a extração do óleo de Palma no Acará, nordeste paraense - fechou a pista da Avenida Portugal, na Cidade Velha, em Belém, às proximidades da prefeitura de Belém, nesta terça-feira (26).
O grupo também se dirigiu ao centro da Praça D. Pedro II com a faixa: “Paratê Tembé rouba nossos empregos”. Os funcionários foram questionados pelo Jornal Pará e informaram que se dizem insatisfeitos com a imprensa local. “Os jornais só fazem distorcer o que a gente manda. Tudo só é contra a empresa”, afirmou Jorge Nunes, funcionário da BBF. 

Enquanto isso, o clima continua tenso na região do Acará/Tomé-Açu. De um lado, os funcionários seguem impedidos de trabalhar. De outro, indígenas e quilombolas se dizem ameaçados por milicianos contratados pela empresa. 


 

Quanto ao pedido de prisão da liderança Tembé, o Jornal Pará conversou diretamente com o advogado de Paretê Tembé, Jorde Tembé, que diante da instrumentalização dos trabalhadores da BBF garante já ter protocolado junto ao Ministério Público do Trabalho um pedido de abertura de investigação contra a empresa pela tentativa de usar trabalhadores para fins políticos. Além da ação junto ao órgão federal, o advogado também vai entrar, ainda essa semana, com uma ação judicial pedindo danos morais coletivos em favor das comunidades da tentativa de assassinato da reputação das comunidades.

“O Paratê fazia parte da associação indígena Tembé que, ainda com a Biopalma, fechou um acordo no qual os impactos ao meio ambiente, como a poluição dos rios, seriam mitigados com a construção de tanques para criação. Em janeiro de 2020, a BBF assumiu a produção de óleo de dendê e até hoje não cumpriu nada. Como o Paratê estava à frente e, agora, diante da recusa de seguir os mandos da Brasil BioFuels, o indígena é vítima das acusações. Há uma clara tentativa de criminalização das lideranças”, esclareceu Jorde.

 

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